Rodeios
Os rodeios são promovidos como exercícios de coragem e valentia da habilidade humana em conquistar as bestas ferozes e indomadas do velho Oeste. Na realidade, os rodeios não são nada mais do que uma exibição manipulada do domínio humano sobre os animais, mal disfarçado de “entretenimento”. O que começou no final do século XIX como um concurso de habilidades entre cowboys se transformou num show motivado por ganância e lucro.
Apesar da origem norte-americana, até mesmo por lá esta prática não tem sido considerada cultural, havendo, inclusive, várias cidades que já proíbem essas práticas em seu território.
Aqui no Brasil, diferentemente do que dito por muitos, a prática do rodeio nada tem de cultural, tratando-se de uma cópia do modelo norte-americano. A indústria do Rodeio no Brasil fatura milhões!
Estimativas do setor apontam que os rodeios movimentam R$ 10 bilhões por ano em mais de 2.000 provas no País.
De esporte esta atividade não pode ser chamada, pois em evento esportivo o outro participante aceitou participar da competição, acreditamos que os bois e cavalos não tenham concordado! Muito se fala também que não é maus-tratos! Ora, se não há sangue não significa que não seja maus-tratos, maus-tratos psicológicos são extremamente cruéis!
- Transporte dos animais
Os animais são transportados em minúsculos espaços, e para que embarquem ou desembarquem dos caminhões, são obrigados a passarem por rampas, sendo que muitas vezes os animais escorregam e estão apavorados. - Brete
Local onde ficam confinados os animais antes da prova e onde são preparados para montaria.
Neste momento o animal passa por uma situação enorme de estresse - Alimentação
Na maioria das vezes, os animais recebem sim boa alimentação, mas não nos deixemos que este fato nos engane, achando que por este motivo os animais são bem tratados. Na verdade, o animal, para ser forte e poder entrar na arena e cumprir bem sua “função”, tem que estar forte e com saúde, por isso não há como não lhe prover boa alimentação e o mínimo de cuidados. Porém, com certeza isso não anula os maus-tratos que eles passam.
Afinal, ser laçado, perseguido várias vezes durante dias para que alguém prove que é macho ou é habilidoso deveria ter sido proibido há muito tempo, um evento fútil, que existe para dar prêmios e arrecadar dinheiro as custas de animais inocentes que não se divertem e com certeza não gostariam de estar aí.
Tudo o que sentem é um estresse psicológico muito forte e intensa dor física.
FREIO DE OURO:
O freio de ouro é uma competição de rodeio crioulo, na qual são feitas apostas, assim como nas corridas de cavalos, com etapas em várias cidades do Brasil.
Em todas as modalidades do freio de ouro, os cavalos precisam correr em alta velocidade até serem levarem um tranco do freio na boca de maneira abrupta para frear.
Um estudo feito pela Dra Lydia Tong indica que cavalos podem sentir mais dor do que humanos. O estudo demonstra que os cavalos têm uma camada superior de pele mais fina com mais terminações nervosas e fibras sensoriais que os humanos.
Os freios causam dor e lesões aos cavalos. Os freios articulados são presos contra o palato, por isso muitos cavalos ao sentir essa dor imensa colocam a língua entre o freio, causando lesões na língua e, novamente, muitíssima dor.
Segundo estudos realizados pela Nevzorov Haute Ecole, um forte puxão no freio produz uma pressão de 300 kg / cm2, enquanto que uma pressão suave produz entre 80 e 150 kg / cm2.
E no Brasil ainda existe a Vaquejada, considerada patrimônio Nordestino (????).
A Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) estima “a realização de 4 mil eventos do tipo. As atividades, além de proporcionar entretenimento, segundo a Associação, geram emprego e renda, revigorando as economias locais, habitualmente combalidas pela seca, ressentidas das diferenças regionais gritantes, da pobreza e da falta de oportunidades de crescimento. A Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq) relata que a atividade movimenta R$ 600 milhões por ano, gera 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos.”
Está explicado porque tanto apoio dos parlamentares para tornar a Vaquejada patrimônio cultural brasileiro, justificando assim alterar nossa Constituição Federal que é contra maus-tratos aos animais, para abrir uma exceção: dinheiro e interesses!
Sempre a mesma desculpa para justificar crueldade e abuso: empregos, economia, pobreza, diversão…
NADA DISSO JUSTIFICA MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS! NADA!
Lembrando que foram estas as desculpas usadas para os senhores de escravos defenderem a escravidão!
PRECISAMOS EVOLUIR!
A Vaquejada é muito cruel: dois vaqueiros, montados em cavalos diversos, tentam derrubar o touro, puxando-o pelo rabo.
Pelo próprio conceito da atividade, explícitos se revelam os maus tratos aos animais envolvidos (aos cavalos e, principalmente, ao touro). O rabo do touro sempre sofre uma tração forçada com o propósito de ser derrubado e dominado. Laudos técnicos evidenciam consequências de diversas gravidades, como sofrimento físico e mental, muitas vezes a cauda é arrancada ou, no mínimo, sofre algum tipo de lesão, o que compromete os nervos e a medula espinhal do bovino, além de fraturas nas patas, ruptura de vasos sanguíneos e de intenso estresse.
Com a sanção da Lei 13.364/16 – a PEC da Vaquejada, que eleva rodeios e vaquejadas à condição de patrimônio cultural imaterial, e a atual promulgação da Emenda Constitucional 96, abre-se um precedente para que não apenas a vaquejada, mas também rinhas e farras do boi, também consideradas manifestações culturais, e que também foram julgadas práticas cruéis pelo STF, sejam novamente autorizadas e constitucionalmente protegidas. Sem falar na Lei 10.220/2001, que qualifica como “atleta profissional” o peão que atua nas mesmas “práticas esportivas”.
Desde quando torturar pode ser patrimônio de alguma coisa? Desde quando a letra escrita elimina uma dor? Bizarro!
Trata-se de corpos animais, com sistema nervoso central semelhante ao nosso. Sofrem, e têm ciência disso, sentem dor, e têm ciência disso. Só um profundo especismo, a crença de que só a nossa espécie tem valor moral, para o ignorar.
Assim como o racismo e a escravatura já foram desconstruídos em suas teses absurdas é hora de desconstruir a tese do especismo com toda a força dos argumentos.